sábado, 30 de março de 2013

Nhoque de ricota e a lenda de São Pantaleão

Dia 29, em um feriado, é a chance perfeita de fazer aquele nhoque com calma, batendo papo na cozinha que nos afortuna pelo mês inteiro! Na minha família nunca se valorizou nenhuma tradição, mas tive a sorte de conviver com os avós de muitos dos meus amigos onde aprendi desde pequena que dia 29 se deve comer nhoque com uma moeda embaixo do prato. A história que me contaram era a seguinte: antes de ser "São", Pantaleão era médico. E um médico andarilho.  Contam que num dia 29 de dezembro, em uma de suas andanças, chegou a um vilarejo da Itália e decidiu bater na porta de uma casa para pedir comida, porque já estava faminto.
Foi recebido por uma família super pobre, mas que não se importaram em dividir o único prato, distribuindo sete nhoques em cada prato. Eis que após se despedirem do andarilho e recolherem os pratos, a família descobriu que embaixo de cada um havia bastante dinheiro e prosperaram a partir de então.
Se esta história realmente aconteceu, não é importante. O legal é que as famílias continuam mantendo o hábito e eu adoro poder fazer isso por aqui. 
A escolha desse mês foi bem leve. E como estou na fase da paixão pelo multiprocessador... misturei tudo nele mesmo: 600 gramas de ricota, 1 ovo e mais uma gema, 4 colheres de parmesão ralado, noz moscada, sal e pimenta do reino.
Deixei na geladeira enquanto fazia as outras coisas, depois é só enrolar, cortar e cozinhar na água fervente com sal.
A sugestão de molho do livro é manteiga com sálvia. Então fiz 100 gramas de manteiga clarificada e ainda morna acrescentei a sálvia fresca, rasgada em pedaços pequenos e juntei pros gostos irem se familiarizando.


quinta-feira, 28 de março de 2013

O Spaghetti Santo Antonio

Santo Antônio de Lisboa é um dos meus lugares preferidos em Floripa! E lá, não dá pra deixar de jantar na Spaghetteria Santo Antônio.
Na mais recente passada por lá, havia faltado luz e não tínhamos muitas opções de cardápio (o que não é nem de longe um problema!), a escolha foi o spaghetti a Santo Antonio, que é feito a base de camarão flambado ao conhaque, alho, manteiga, nata, pimenta calabresa e ervas finas.
Imagem disponível na internet
É simplesmente incrível!
Pra matar a saudade, consegui a receita, que usa os seguintes ingredientes:
400 gramas de Spaghetti grano duro
1 kg de camarões limpos
2 colheres de sopa de manteiga
1 colher de sopa de óleo
4 dentes de alho ralado
6 a 8 colheres de sopa de nata, pouco mais de 200 gramas
1/2 dose de conhaque
Sal, pimenta e tempero verde a gosto

Preparo:
1. Coloque a massa para cozinhar.
2. Em uma frigideira grande (ou uma Wok), aqueça a manteiga e o óleo. Coloque os camarões, tempere com sal e pimenta do reino e frite rapidamente. Acrescente o alho e o tempero verde e deixe até dourar os camarões dos dois lados.
3. Flambe com o conhaque. Uma dica boa é colocar a dose em uma concha e levar ao fogo, com cuidado, até que pegue fogo, e então despejar sobre a comida e mexendo um pouco, só para espalhar a bebida. Assim que o fogo cessar, retire os camarões e reserve.
4. Na mesma frigideira, coloque a nata e deixe derreter. Junte a massa já escorrida e mexa até que esteja bem quente e envolvido no molho.
5. Decore com os camarões e sirva acompanhado de queijo ralado e óleo.

Vale a pena testar em casa, apesar de que comer cercado de árvores, num jardim lindo, e depois de fazer umas comprinhas na loja que fica a frente da Spaghetteria, é a remissão de todos os pecados!

segunda-feira, 25 de março de 2013

Bacalhau na Forma e a paixão pelo mini processador

No livro, esta receita ocupa meia página e olhando assim de relance, parece que vai dar um mega trabalho ou que tenho que ir direto no supermercado antes de aproveitar aqueles 100 gramas de bacalhau desfiado na geladeira. Grato engano!

Ingredientes:
1/2 kg de bacalhau (usei já dessalgado e bemmmm menos do que 500 gramas, então tem que cuidar a proporção dos demais ingredientes)
1 cebola média
3 tomates sem pele
1/2 pimentão verde (não usei porque acho amargo)
sal e pimenta-do-reino
azeite
4 batatas médias
3 claras em neve
3 gemas
3/4 xícara (chá) de maisena
2 colheres (sopa) de margarina
1 colher (chá) de fermento em pó
5 colheres (sopa) de queijo ralado
azeitonas sem caroço - só pra guarnecer, depois que sair do forno.
  1. Deixe de molho o bacalhau, em água fria, de um dia para outro. No dia seguinte, escorra, retire a pele e as espinhas  (pulei essa parte porque o meu já tava desfiado, então dá pra 'lavar' mais rápido).
  2. Moa o bacalhau juntamente com a cebola, os tomates e o pimentão. Aí entrou minha paixão! Quem tem moedor em casa? Bom, eu não tinha! Aí decidi usar o meu mini processador e redescobri minha paixão por ele que estava ali só pra picar cebolas e fazer algumas pastinhas. Ficou quase uma pasta, rosa. A parte da paixão eu já explico.
  3. Leve tudo ao fogo, refogue no óleo e reserve. 
  4. À parte, cozinhe as batatas com as cascas (eu cozinho descascada e picada que vai mais rápido). Depois escorra-as, descasque-as enquanto quentes e passe-as pelo espremedor. Reserve. Então... o processador estava ali em cima da pia, pronto pra ser usado. Resolvi colocar as batatas cozidas ainda mornas para processar ao invés de espremer e vi que o creme foi ficando super uniforme. Como era pouca quantidade, fui acrescentando os itens abaixo e batendo os poucos - exceto as claras e o próprio refogado, que só misturei ao final, com cuidado. Fica um creme tão perfeito que me fez pensar porque eu uso o processador tão pouco!!
  5. Junte as claras em neve com as gemas, a maisena, a margarina, o fermento, o queijo, o bacalhau e a batata amassada
  6. Por último (não no meu caso, que já estava processado com o restante) adicione o leite, mexa bem, prove o sal e a pimenta, despeje em uma forma refratária untada com azeite e leve para assar em forno moderado por 25 minutos.
Ficou muito diferente de todos os pratos de bacalhau que eu já tinha provado! Não é torta, não é suflê, não é creme. A textura é macia, aveludada, e o sabor é marcante pelo tomate, cebola e pimenta. O bacalhau é presente mas não se sobrepõe. Aqui em casa só ficou faltando uma tacinha de vinho...
Aproveitem a Páscoa pra surpreender os convidados!

sábado, 23 de março de 2013

Molhos Básicos II - molho de tomate

Nem molho de tomate é tudo igual, né? Aliás, molho de tomate é daquelas coisas que nos remetem fortemente àquela vó, tia, que fazia a melhor macarronada de domingo do mundo! Isso porque cada um tem um toque só seu que torna o molho de tomate, tão básico, num gatilho de memória infalível!
Hoje testei a receita básica e deu super certo - claro que quem quiser dar o 'seu toque' pode usar essa base e incrementar a receita com suas ervas preferidas ou o que o coração mandar. 
Comece dourando rodelas de cebola no azeite e acrescente alho picado. Depois junte tomates picados sem pele e sem semente e vá refogando em fogo baixo pra irem se desmanchando. Adicione salsinha e cebolinha picadas (que eu peguei da minha mini-horta), uma folha de louro e quando estiver bem cremoso, junte uma colher de massa de tomate e água. Acerte o sal e pimenta do reino e deixe cozinhar por uns 5 minutos. Na verdade, quanto mais se cozinha, menos ácido ficará o molho, então o tempo certo também é o toque de cada cozinheiro!

quinta-feira, 21 de março de 2013

Muffins clássicos

Dia de fazer uma amiga aniversariante feliz!
Receita? Aqueça o forno a 200ºC. Peneire em uma tigela 1 e 1/2 xícara de farinha de trigo, 1/4 de xícara de açúcar, 2 colheres (de chá) de fermento em pó, uma pitada de sal e reserve.
Em outra tigela, bata levemente dois ovos e acrescente 4 colheres de manteiga derretida e 3/4 de xícara de leite. Misture bem.
Despeje os ingredientes líquidos sobre os secos e misture rapidamente, evitando bater em excesso. O correto é deixar a massa levemente encaroçada, nunca lisa. Entre as sugestões de acrescentar frutas cristalizadas, gotas de chocolate, nozes... escolhi juntar 1 colher de sopa de essência de baunilha. 
Encha as 2/3 das forminhas individuais e leve ao forno de 20 a 25 minutos ou até que estejam bem dourados. 

E só!

Eu aproveitei pra incluir um pedacinho de chocolate em cada um pra dar um charme ;)

quarta-feira, 20 de março de 2013

Os tomates verdes fritos do livro

Revi o filme Tomates Verdes Fritos numa noite dessas e corri pra internet pra achar a receita!
Encontrei várias histórias sobre a culinária do sul dos Estados Unidos que renderiam vários posts, mas hoje vou ser bem objetiva: fiz a receita que encontrei no site Canal cozinha e trata-se de uma tradução daquela que vem ao final do livro da Fannie Flagg e que deu origem ao filme de 1991.

Dá pra ver que demorei e amadureceram, né?!
Tomates verdes -3 a 4 unidades
Farinha de trigo (1 1/2 xíc.)
Fubá (1/2 xíc.)
Leite - vai menos de uma xícara, mas tem que ir testando
Sal e pimenta preta moída
Óleo vegetal

Modo de fazer
1 Misture a farinha, o fubá, o sal e pimenta.
2 Adicione leite suficiente até criar uma massa densa e espessa (mais líquida um pouco que um pirão)
3 Aqueça o óleo e lembre-se que está é uma fritura sob imersão. Então, no mínimo uns 2cm de óleo. Uma dica que aprendi quando era ainda criança, para saber se o óleo já está quente o suficiente para a fritura, foi colocar um palito de fósforo na panela e esperar ele acender.
4 Empane os tomates e respingue o excesso
5 se faltou sal, acrescente mais um pouco agora

Nessa receita não adianta querer ser saudável e tentar economizar no óleo. Vejam que alguns ficaram queimados e sem 'empanar' direito. Isso aconteceu porque não ficaram submersos. O jeito é deixar o chá de boldo à mão, porque vale muito à pena!!
E como diz no filme, "devem ser comidos quentes". 

segunda-feira, 18 de março de 2013

Macarrão à Bolhonhesa (receita do molho, na verdade...)

O blog começou no intuito de registrar minhas experiências na execução das receitas do livro Dona Benta - Comer Bem. Sei que tenho publicado muitas receitas que não estão no livro e acho importante explicar o porque.
Tenho ficado bem chateada quando vou escolher uma receita, muitas vezes algo bem tradicional, na expectativa de aprender o 'jeito certo' ou 'como se fazia em 1940' e o que encontro são dicas de combinações e não de técnicas culinárias. Um exemplo são as massas: sistematicamente a receita de espaguete à xxx e vem com 'como se faz' a informação de 'cozinhe xx gramas de espaguete'.
Eu acabo com a sensação de que não se trata de uma receita propriamente, mas usa sugestão de cardápio.
Mas verdade também seja dita: na página 376 temos duas receitas de massa para macarrão. Só que quando eu fui fazer massa, fui buscar na Larousse, que tem me passado melhor as técnicas.

Bom, então a minha receita de Macarrão à Bolonhesa será na verdade a receita do molho da página 358.
 
Ingredientes:
- 4 colheres de sopa de manteiga
- 1 cebola picada
- 1 cenoura pequena ralada grosseiramente
- 1 talo de salsão picado (eu não tinha... fiz sem)
- 1 dente de alho picado
- 1 kg de tomates maduros sem pele (eu gosto de usar italiano)
- 1 xícara de chá de água
- 1 folha de louro
- 1 galho de manjericão
- 1 pitada de noz moscada
- 1/2 colher de café de pimenta-do-reino
- 1 colher de chá de sal
- 1/4 xícara de chá de óleo
- 1/2 kg de carne moída

1. Bata os tomates no liquidificador com a água
2. Esquente o óleo em uma panela e frite a carne até começar a dourar. Adicione a manteiga. Coloque na panela a cebola, o salsão, a cenoura e o alho picado. Refogue bem por mais alguns minutos e adicione o suco de tomate, o louro, o manjericão, a noz-moscada, a pimenta e o sal.
3. Ferva em fogo brando, até o molho apurar e chegar na consistência desejada.
 
Como fiz na panela de barro e ela retém muito o calor, logo que o tomate fica na cor certa já desliguei o fogo e deixei 'apurando'. Depois é só juntar a massa já cozida ao molho, misturar bem, passar para o prato e cobrir com parmesão.
Não achei um molho incrível. Ao contrário, acabei por acrescentar cebola, salsinha e alho desidratados e mais um colher de chá de sal. Será que esse era o sabor do Bolonhesa da década de 40? Acredito menos ainda que seja o sabor da Bolonha... Ainda prefiro a minha versão e usar um pouco de vinho tinto antes de juntar os tomates...
 

domingo, 17 de março de 2013

Brasileirinhos - arroz com couve e farofa de linhaça

Gente, essa semana o blog foi lido na Letônia, Malásia e no Casaquistão! Muito legal, né? To adorando, é como se tivesse cia no mundo todo! Bom, mas então vamos trabalhar pra agradar esse povo!
Tem comida mais brasileira que arroz com couve?
 
Como eu mostrei em outro post, dá pra congelar a couve depois de lavada e fatiada. Então, numa dessas noites que cheguei em casa morrendo de fome, dourei uma cebola e botei uma xícara de arroz arbóreo pra cozinhar no caldo de legumes, ao invés de água pura. Quando já estava quase pronto, juntei a couve, misturei e tampei a panela até secar o suficiente.
 
A farofa é ainda mais fácil! Levei a farinha de rosca para dourar na frigideira com uns pingos de azeite (usei um temperado que eu mesma fiz) e acrescentei uma colher de farinha de linhaça dourada, uma de gergelim negro e uma de linhaça marrom.
 
Fala sério, é mais rápido que pedir pizza!!

Em tempo...

sábado, 16 de março de 2013

Pão de minuto II

Eu não fiz o Pão de Minuto I. O II não é uma seqüência. São só duas receitas diferentes na página 895. 
Vamos lá! 
4 e 1/2 xícaras de farinha de trigo peneirada, 4 ovos inteiros, 4 colheres de sopa de açúcar (nunca entendo porque tanto!), 2 colheres de manteiga, 2 de fermento em pó e 1/2 de sal. Peneirar a farinha, fazer uma cova e colocar ali os demais ingredientes. Juntá-los e amassar até a massa soltar das mãos. 
Faça bolinhas, passe uma gema por cima e leve-as para assar em assadeira untada. Tá pronto!


quinta-feira, 14 de março de 2013

Carne Guisada. Não! É picadinho de Carne!

Só pra Dona Benta picadinho chama carne guisada, né?!
Eu até tinha achado estranho que esta receita estava na página 456 e não junto com a carne moída... mas tudo bem, fui testar, mesmo porque neste dia eu já estava me ensaiando para o Bouef Bourguignon. Pois não é que é carne picada em cubos, e não guisado?!?! Ok! Aproveitei e usei aquele pedaço de filé mignon que queimou por fora, lembram? Deu suuuuuuper certo! Aproveitamento total!!

Então vamos às medidas (que transcrevo igualzinho no livro)
1 kg de alcatra limpa cortada em cubos de 4 cm
1/2 xícara (chá) de azeite
2 cebolas picadas
1 xícara (chá) de tomate limpo picado
1 folha de louro (eu usei o meu manjericão)
2 xícaras (chá) de caldo de carne fervente (fui de pó dissolvido na água mesmo)
1 colher (chá) de sal
1/2 colher (café) de pimenta-do-reino
1 colher de massa de tomate

1 Leve o azeite, as cebolas e os dentes de alho ao fogo numa panela até que as cebolas fiquem coradas.
2 Acrescente-lhes a carne e mexa para corar as cebolas um pouco mais.
3 Junte-lhes o tomate picado, o louro e um pouco de caldo. Tampe a panela e refogue.
Quando o líquido tiver evaporado, acrescente o caldo que sobrou, o sal e a pimenta. Tampe outra vez a panela e deixe cozinhar em fogo médio por cerca 10 minutosou até que a carne fique macia.
5 Acrescente a massa de tomate e deixe levantar fervura. Retire então do fogo e sirva acompanhada de arroz ou purê de batata.
Tá, eu dei uma exagerada na cebola... mas curti!

Ah, duas dicas: primeiro, não se doura alho e cebola juntos, senão o alho torra. Quando a cebola já estiver macia, se coloca o alho na panela. Segundo, seque a carne (como a Julia ensina no filme!) antes de levar ao fogo. Fica bem mais dourada!

terça-feira, 12 de março de 2013

Boeuf Bourguignon da Julia Child - parte II: a execução

 Bom, então é hora de contar como se faz, ou melhor, como eu fiz, já que na internet encontraremos um sem número de versões, técnicas, execuções...

Ingredientes:
50g de bacon com toucinho (o meu foi sem)
1 colher de sopa de azeite
500g de carne em cubos de 5cm (tradicionalmente, a idéia seria usar carnes menos nobres, pois a origem da receita está justamente no aproveitamento destes cortes. Mas como eu não me garanto, usei filé)
1 cenoura cortada em fatias largas
1 cebola grande cortada em pétalas
1/2 colher de chá de sal
1/2 colher de chá de pimenta
2 colheres de sopa de farinha de trigo
2 xícaras de vinho tinto
2 xícaras de caldo de carne (precisei usar solúvel... me perdoem!)
1 colher de sopa de extrato de tomate
2 dentes de alho amassados
2 raminhos de tomilho
1 folha de louro

Depois dessa foto, feita com o celular, é que começou o papo com a amiga que estava no trânsito. Então, só fui seguindo as informações abaixo, já prontas na tela do note.

Modo de Preparo: A primeira etapa seria separar o bacon do toucinho, cortar em tirinhas, ferver o bacon com o toucinho e depois escorrer e secar antes de fritar o bacon, mas eu usei somente o bacon então fritei direto. Ligue o forno para que aqueça em temperatura média-alta (cerca de 230ºC). Seque os cubos de carne em papel toalha, para que dourem facilmente. Frite o bacon no azeite e quando dourado retire com uma escumadeira e reserve. Deixe a gordura esquentar até quase fazer fumaça. Aos poucos, frite os cubos de carne na gordura do bacon, sem encher muito a panela para que dourem por igual, por todos os lados. Retire os cubos já dourados e reserve junto ao bacon frito. Doure a cenoura cortada em rodelas e a cebola em fatias na mesma gordura. Descarte o excesso de gordura ao final. Volte a carne e o bacon à panela junto com os vegetais e tempere com sal e pimenta, salpique a farinha de trigo, misture e leve a panela ao forno, deixando a farinha dourar sobre a carne por 4 minutos ou mais. Retire do forno, mexa a carne e retorne a panela ao forno, deixando mais 4 minutos. Ao final, retire a panela e abaixe a temperatura do forno para 160ºC (fogo baixo). Derrame na panela o vinho e o caldo de carne, cobrindo a carne. Adicione o extrato de tomate, os dentes de alho esmagados , e as ervas. Leve à fervura na chama do fogão. Tampe a panela e transfira-a para o forno, deixe na grade mais baixa do forno, e regule o calor para que o líquido ferva apenas levemente. Deixe cozinhar por 2 e ½ a 3 horas, ou até que consiga espetar um garfo na carne com facilidade.Enquanto a carne assa, prepare as Cebolas e Cogumelos Glaceados e reserve-os. Gente, eu não fiz essa parte, ok? Me perdoem, parte II.

Bom, eu também não tinha panela dessas que vai direto ao forno, então usei uma forma de suflê, coberta com papel laminado, e não posso reclamar do resultado!

Quando a carne estiver macia, coe o conteúdo da panela fazendo com que o molho escorra em uma panela menor. Retorne a carne e o bacon à panela original e disponha as cebolas e cogumelos sobre eles.

Retire a gordura aparente do molho (que no meu caso nem tinha, já que não usei toucinho) e leve ao fogo baixo, fervendo levemente por alguns minutos e retirando alguma gordura que venha a aparecer na superfície. Você deverá obter cerca de 2 xícaras e meia de molho, espesso o suficiente para cobrir o verso de uma colher. Se o molho ficar muito ralo, ferva-o por alguns minutos até reduzir e espessar. Já se estiver espesso demais, ajuste a consistência com um pouco de caldo de carne. Ajuste o tempero, controlando com cuidado o sal e a pimenta. Derrame o molho sobre os a carne e os vegetais.

Acreditem, foi a melhor receita que já preparei! E digo mais: no dia seguinte fica melhor ainda!!

segunda-feira, 11 de março de 2013

Focaccia de alho e ervas frescas (broken heart food II)

Domingo é o dia mais broken heart à flor da pele!
E não adianta fazer cupcakes para os amigos no sábado. No domingo, cozinhar sozinha escancara as feridas. No meu repertório de comidas-conforto, o origem italiana parla molto più forte e hoje a idéia foi uma focaccia, que há muitos anos eu não fazia. Como usa fermento biológico, é daquelas receitas que dá tempo de ir botando a cozinha e a cabeça em ordem enquanto o prato vai se construindo. Em uma vasilha funda, junta-se:
  1. 3 xícaras de farinha
  2. 2 colheres de sopa de açúcar
  3. sal a gosto
  4. 20 gramas de fermento biológico
  5. 1 xícara e mais umas 2 ou 3 colheres de leite (que não esteja gelado)
  6. 3 colheres rasas de margarina
Em alguns lugares, se recomenda misturar os secos e usar metade do leite até formar uma farofa para, então, polvilhar o fermento, amassar e juntar os demais ingredientes. Eu prefiro aquele método da cova com os secos, mas gosto de dissolver o fermento no leite e ir acrescentando aos poucos. Depois é só cobrir com filme plástico por 30 minutos, até ficar essa lindura espumosa!

Enquanto isso, vou até a janela para escolher quais ervas e temperos estão mais bonitos e isso sempre me faz sorrir! Hoje foi dia de alecrim, manjericão, orégano e manjerona. Parece que o cheiro que vem das folhas sendo retiradas do caule e depois ao lava-las, ir picando e misturando, já vai me aconchegando. Misturei com umas duas colheres de alho picado, sal e um azeite que tenho temperado com as mesmas ervas, louro, pimenta e talvez mais alguma coisa que estivesse à mão na hora. Será que eu devia ter feito mais recheio?

Aí a massa vai pra assadeira BEM untada (não é pra não grudar, mas pra aromatizar a massa mesmo) e coberta com a misturinha de ervas e azeite. Depois, mais azeite. Acho que o perfume do azeite deve ser a maior característica da Focaccia. Foi uma pena eu não ter sal grosso... usei o fino mesmo. Aí mais uma hora esperando dobrar de tamanho, 25 minutos de forno a 180ºC e pronto!
O domingo não ficou mais feliz, comi na cama com aquele nó na garganta enquanto tentava ver um filme, mas me ocupei por umas horas, inclusive escrevendo.
Registro das três etapas e da assadeira linda, presente de aniversário antecipado!!!
  

domingo, 10 de março de 2013

Cupcakes

No livro da Dona Benta não tem receita de cupcakes :(
Eu já tinha feito vários, sempre meio no olho. Mas pra poder registrar aqui, fui procurar uma receita padrão, daquelas que sempre dão certo. Aí achei na internet esse resuminho: 
Mistura seca – base
Mistura líquida – base
Farinha de trigo – 3 xícaras de chá
Açúcar – 2 xícaras de chá
Fermento em pó – 2 colheres de sopa
Ovos inteiros – 3 unidades
Gordura (manteiga derretida, margarina ou óleo) – 100 gramas ou 100 ml
Líquido (leite ou suco) – 250 ml
A regra é peneirar os ingredientes secos (o fermento vai só no final) e os líquidos, bater no liquidificador. Depois é só juntar tudo, misturar bem e colocar nas forminhas, preenchendo só 2/3. Devem ser assados por aproximadamente 20 minutos no forno pré-aquecido a mais ou menos 200ºC.
Para o aniversário que fui ontem, optei por uma cobertura rápida e fácil, porque estava meio na correria... Derreti uma barra de chocolate em banho maria, misturei um copo de leite e uma colher de manteiga. Quanto engrossar, tire do fogo e acrescente meia lata de creme de leite. Depois é só cobrir e servir!

sábado, 9 de março de 2013

Boeuf Bourguignon da Julia Child - parte I: a surpresa!

Apesar da cozinha ser a minha referência de união, esta é a primeira receita que não fiz sozinha.
Depois de muito ensaio, de ir ao supermercado por diversas vezes e sempre esquecer alguma coisa, finalmente criei coragem e fui na receita famosa, aquela que 'tem que dar certo', o Boeuf Bourguignon da Julia Child! Outro dia escrevo sobre a execução em si, hoje preciso contar da experiência.
Eu já tinha lido várias versões em inglês, mas ainda estava com dificuldade com as unidades de medida. Aí achei essa tradução e criei coragem!
A primeira etapa foi a escolha do vinho. Mensagem pras amigas pedindo dicas. Informação absorvida e fui buscar o personagem principal.
Estava eu no supermercado e obviamente não conhecia todas as regiões da França. Aliás, não sabia nem o suficiente pra identificar quais eram da Borgonha (porque eu queria ser fiel na receita). Tá, é que não tinha nenhum Pinot... Mas a tecnologia tá aí pra isso e fotografei as opções disponíveis e mandei por sms pro meu suporte online 24 horas! Vinho comprado.
Dia seguinte: chego em casa, abro o vinho e experimento. Experimento salvar 1 xícara pra fazer metade da receita, o resto vai pra taça! E nisso, a amigona liga (aquela que por telefone ajudou a escolher o vinho) presa no trânsito em São Paulo, querendo 'cia' pra passar o tempo até chegar numa degustação às cegas.
O telefone vai pro viva voz e eu já não estou cozinhando sozinha. A receita tá online no note que levei pra cozinha. Os ingredientes já estavam separados, medidos, picados. Era só seguir o fluxo!
Fui indo, enquanto falávamos do trânsito, do que fizemos na semana, do Encontro de Vinhos no Rio, do meu coração partido... E assim a receita foi saindo, com a naturalidade de quem aprendeu a receita com a vó.
Eu quase não acreditei quando ficou pronto!
Foi simplesmente o melhor prato que já fiz! Eu nem sabia que era capaz de fazer algo tão bom!! Agora entendo a receita que transpôs décadas, com ingredientes simples, com naturalidade. Nenhuma outra impressão pode descrever melhor este momento do que a cena do Anton Ego no Ratatouille!
Gente, acho que nunca fiz nada tão bom!! Todo mundo tem mesmo que provar! E se tiver como juntar os amigos e ir papeando, vai por mim, não pode ficar melhor!
Ah! e não esqueça de servir com um pão francês pra limpar o prato! ;)

quinta-feira, 7 de março de 2013

Rocambole salgado

Descoberta top 10!!
A receita, originalmente, era de Rocambole de Presunto, mas como não curto muito, fiz o meu com atum e queijo minas.
Os ingredientes são aqueles de sempre: 2 ovos, 2 xícaras de farinha de trigo, 4 colheres de fermento em pó, 1 xícara de leite, 1 colher de chá de sal e 1 colher de manteiga. Na receita diz pra peneirar 03 vezes os ingredientes secos, mas peneirei uma só. Depois é só acrescentar os demais ingredientes e abrir a massa com um rolo em um quadrado de 30 ou 40 cm.
Para rechear, misturei duas colheres de creme de leite, uma lata de atum, 1/4 de xícara de farinha de linhaça, 3 colheres de gergelim negro e pimentas moídas na hora. O recheio vai por cima da massa (ainda cobri com um pouco de queijo minas) que é enrolada como um rocambole e depois cortamos (com uma faca bem afiada) em rodelas da largura de um dedo e levamos para assar em fogo alto por 20 min.
Acho que a melhor dica para esta receita é escolher para o recheio um ingrediente que seja firme o suficiente para não se derreter no forno, mas não muito seco, pra dar uma certa umidade à massa. A próxima experiência vai ser com tomate e manjericão!

quarta-feira, 6 de março de 2013

massa básica para canelone, talharim, lasanha e ravióli


Lembram que quinta.feira passada eu estava arrasada, né? Momento total desilusão, fracasso e carência. Ai fui procurar conforto na minha mini cozinha, onde tudo fica bem juntinho, bem pertinho, e eu me sinto menos perdida.
Testei essa receita simplesinha do Mestre Cuca Larousse que deu super certo e tranquilizou este coração, fazendo tudo parecer mais simples. 

Para 300 gramas de massa --> 200 gr de farinha de trigo (tive que misturar com um pouco de farinha branca), 2 ovos e sal. 
a) Peneire a farinha em uma tigela. Abra uma cova no meio, quebre os ovos, acrescente uma boa pitada de sal e, com as mãos ou a colher de pau, comece a misturar. Adicione um pouco de água e sove até a mistura ficar firme e elástica.
b) Forme uma bola com a massa, enrole-a em filme de PVC e ponha na geladeira por 1 hora, no mínimo.
c) Enfarinhe a superfície de trabalho e, com o rolo, abra a massa até ficar com 3 mm de espessura. Corte conforme a receita.
Para o recheio, fiz uma misturinha de queijo minas, mostarda e orégano. Ficou uma delícia! Por cima, um molho de Manjericão super fácil: folhas picadas, creme de leite e alho. Não usei parmesão, como indicado na receita, porque já tinha queijo no recheio. Mas certamente ficaria uma delícia!

terça-feira, 5 de março de 2013

Chateaubriand maître d'hôtel

Novamente escolhi a receita considerando os ingredientes que tinha em casa. Dessa vez não fui de Dona Benta, mas usei o Mestre Cuca Larousse, que tem me parecido melhor na explicação das técnicas básicas.
Equivocadamente, achei que também já estava 'habilitada' o suficiente para fazer uma carne melhor do que os bifes. O resultado é que acertei apenas nas batatas...
 
Ingredientes:
40 g de manteiga Maître D’hôtel (abaixo a receita)
800 g de batatas - eu fiz em cubinhos
50 g de manteiga
01 colher de sopa de óleo
04 chateaubriands de 150 a 200 g cada
Sal e pimenta do reino a gosto
Modo de preparar:
Prepare a manteiga Maître D’hôtel e reserve na geladeira.
Lave e seque as batatas. Esquente uma panela com o óleo e 25 g de manteiga. Coloque as batatas e cozinhe (pra mim é estranho pensar em cozinhar na manteira, pra mim isso ainda é fritar!) em fogo baixo, com tampa, por 20 minutos, mexendo de vez em quando. Tempere com sal e pimenta do reino.
Derreta o restante da manteiga em uma frigideira, melhor se for de ferro e quando estiver bem quente frite os bifes por 4 minutos de cada lado. Aqui começou meu problema. Usei um pedaço de filé de 4x4 cm, mas em 2min toda a salsa da manteiga estava torrada e a carne, igualmente. Sabe aquele momento fumaça por tudo? Pois foi assim...Tentei salvar, retirando o filé para dourar os demais lados. Não funcionou. A carne estava completamente crua e preta por fora. Será que eu deveria ter feito bifes finos? Considerando os 4 minutos recomendados, achei que não...
 
Resultado? Acertei nas batatas e na manteiga... 
 
Manteiga Maître D’hôtel
Ingredientes:
100 g de manteiga amolecida
01 colher de sopa de salsinha picada bem fina
Gotas de limão a gosto
Sal e pimenta do reino a gosto
Modo de preparar:
Adicione as gotas de suco de limão e a salsinha à manteiga amolecida e misture bem. Tempere com o sal e pimenta do reino a gosto e coloque na geladeira.
 
Sorte que tinha vinho! Almocei um Torrontès com batatas à mâitre d'hôtel
;)

domingo, 3 de março de 2013

Molhos Básicos I - Beurre Blanc

Depois de tanto pesar, decidi que eu também seria resgatada pelas Julies. Assisti o filme, mais uma vez, procurando a inspiração. E ela veio rápida, com a vontade de começar mesmo pelo começo e entender melhor a base da culinária que tem me inspirado.
Fiz meu primeiro Beurre Blanc, seguindo uma receita do Olivier Anquier.
Honestamente, acho que deu certo. Ao reduzir o vinho, cheguei a 100ml ao invés dos 84 ml indicados, muito por medo de me passar e falhar de novo. Por isso talvez não tenha ficado tããão emulsionado, mas não dá pra dizer que ficou líquido ou que não funcionou.
O vinho escolhido foi um Torrontès Argentino da Susana Balbo que achei bem honesto, mas é uma opinião totalmente leiga! E de vinho eu realmente não entendo nada... aí, quando estou sozinha no supermercado, meu método de escolha é o seguinte: qual a uva esse país produz? Porque ninguém vai exportar um lixo, né? Até agora deu super certo.
Mas preciso deixar meu reconhecimento às amigas enólogas e enófilas que têm me auxiliado pra caramba, sugerindo opções de vinhos quando planejo a receita com alguma antecedência. Ajuda 100% bem vinda e fundamental pra qualidade da receita!

sábado, 2 de março de 2013

Minha vó que tava certa...

Nunca imaginei que a cozinha ia me aproximar tanto das memórias da minha vó...
Ela era doceira em Pelotas, no RS. Muitos casamentos nas décadas de 60/70 foram marcados conforme a agenda da Dita, que botava tanto açúcar naqueles bolos que eu não faço a menor ideia de como eles chegavam inteiros no salão de festas!
Hoje resolvi fazer um bolo de cenoura para levar para uma amiga que recém teve bebê e está com 'desejo'. Nada podia ser mais familiar do que fazer um bolo, ainda mais um bolo de cenoura! Comprei até uma assadeira nova, linda, tentando mais uma vez encontrar a felicidade entre ovos, farinha e açúcar.
O bolo foi pro forno. Do forno, para o chão. Depois para o lixo.
3 cenouras, 3 ovos, 1 xícara de óleo, 2 xícaras de açúcar, 2 xícaras de farinha de trigo, 1 colher (sopa) de fermento em pó e 1 pitada de sal desperdiçados.
Talvez tenha sido porque eu não peneirei os ingredientes secos, talvez porque eu tenha usado só itens integrais e essa receita não funcionaria assim... o que eu sei é que quando fui deitar inconformada e com vontade de me esconder só lembrava da minha vó falando que o resultado da comida é reflexo de como a cozinheira está... No meu caso, uma massa grudenta, batumada, caída no chão.
 

sexta-feira, 1 de março de 2013

http://rachelsdelectabledelusions.wordpress.com/
Eis que penso que minha verdadeira inspiração não é Julia, e sim Julie, que se resgatou pelo desafio do novo, transpondo a mera transcrição/execução de receitas, encontrando a si mesma na transformação dos ingredientes em alimento para o coração...