domingo, 30 de junho de 2013

Casquinhas de Siri

Mais uma receita de siri, porque descongelei todo o pacote e aí não podia deixar estragar. O livro tem duas receitas de casquinha: uma na página 146, junto com as entradas, e outra na página 608, que foi a que escolhi porque achei mais prática.
Olha aí a pimentinha já dando o ar da graça!
Ingredientes:
  • 300 gramas de carne de siri
  • 1/2 xícara de chá de leite
  • 3/4 de xícara de chá de leite de coco (odeio!)
  • 2 xícaras de chá de pão amanhecido cortado em cubos
  • 2 colheres de sopa de óleo
  • 1 cebola pequena picada
  • 1 pimentão pequeno picado (tava em falta)
  • 1 dente de alho picado
  • 2 tomates picados sem pele e sem sementes (não tirei as sementes)
  • 1 colher de sopa de coentro picado
  • 1 colher de sopa de farinha de trigo
  • 2 colheres de sopa de farinha de rosca
  • sal e pimenta do reino
  • 4 colheres de parmesão ralado
Ufa! É um monte de coisa, né? Aliás, aconselho a ter convidados, porque eu não sei mais o que fazer com tanta casquinha de siri! Dá pra criar a 'dieta da casquinha de siri'!
Bom, vamos ao como-se-faz:
  1. Em uma tigela, cubra os pedaços de pão com o leite de coco para que fiquem bem embebidos. Aqueça o óleo em uma panela e acrescente a cebola, o alho e o pimentão picados;
  2. Refogue por 10 minutos e acrescente a carne de siri e os tomates;
  3. Misture bem e adicione a farinha de trigo. Misture novamente e acrescente o pão e o leite em que ficou de molho. Cozinhe misturando até que o pão desmanche e que a mistura fique espessa. Retire do fogo;
  4. Tempere com sal e pimenta-do-reino e acrescente o coentro. Deixe esfriar completamente. Recheie as casquinhas do próprio siri ou conchas apropriadas. Salpique-as com farinha de rosca e parmesão ralado e leve-as ao forno para que dourem.
Aí tu lembra que não tem casquinhas...
Eu optei por fazer cestinhas com massa de pastel, como tá na foto aí acima e testei de mais de uma forma: sobre a boca de copos, inteira em forminhas de empada e recortando quadrados da massa. Em qualquer hipótese, passei a massa em óleo, porque tem que 'fritar', né? Deixa no forno uns 10 minutos e depois recheia. Dada a minha falta de habilidade, a técnica do copo é a que funciona melhor.
Uma boa dica é umedecer a massa antes, fica mais fácil de modelar sem que ela se quebre. O óleo também pode ser temperado, eu já usei orégano ou chimichurri, mas a opção vai conforme a imaginação!
Elas são ótimas pra fazer um aperitivo, como esse aí ao lado: recheado com carne moída, com uma colherinha de manteiga e lascas de parmesão, muuuuito bem acompanhado de uma Ale Belga!!!
Acho que também deve ser bem legal pra servir uma porção de frutas, como sobremesa.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Conserva de Pimenta Bode

Eu adoro uma feira! Feira e mercado público, simplesmente adoro!!
Não é porque sou neta de feirante ou porque um dos programas favoritos com o meu pai quando morávamos juntos era fazer um chimarrão e ir fazer as compras na Feira do Produtor, no Cassino. Eu adoro as feiras e comércio aberto de alimentos porque acho que são oportunidades incríveis de conhecer a cultura e as preferências de cada lugar. E porque é lindo!  
No final de semana do dia das mães estive por lá e descobri uma pimentinha linda, vermelha, bem redonda. Os produtores disseram que é de uma região chamada 'falsa barra' e logo em seguida, com meus três saquinhos comprados, descobri na internet que se chama Pimenta Bode - não me perguntem o porque de um nome desses! Também não perguntei nenhuma característica, se era forte, adocicada, nada. Achei linda e comprei!
Bom, aí eu precisava dar um jeito de conservar as tais pimentas, já que o consumo aqui é lento... Olhei patês, folheei a Dona Benta, e nada. Fui procurar nos sites que acompanho e encontrei uma conserva ótima no Bistrô da Coralina, o blog muito legal da amiga de uma amigona minha.
O preparo é muito simples, meio que 'não tem como dar errado', mas isso a gente só descobre depois de umas semanas de ansiedade...
Para temperar, usei vinagre de vinho branco, cominho moído na hora, alho bem picadinho, sal, alecrim da minha própria horta e uma folha de louro.
O vidrinho fica lindo, dá até pena de abrir!
Dá pena, mas dá também muita curiosidade... e a espera é recompensada: é uma conserva muito boa.
É bem forte, inclusive o líquido. Mas eu também não sou muito parâmetro, porque não sou a maior fã da pimenta, uso mesmo as moídas e a pimenta biquinho... Molho de pimenta quase me tira o fôlego!
 Minha palavra final é que quem gosta de pimenta deve fazer! O processo é simples, fica bem gostoso e dá pra variar com diferentes tipos de pimentas. Eu que adoro presentes caseiros, já acho uma ideia bem legal fazer em vidrinhos pequenos e distribuir para os amigos pimenteiros!

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Pasteizinhos de siri ao vapor - Comer, Beber, Viver

Ontem foi um dia pesado dentro de uma fase meio tensa... nada de especial - o que é o bom e o ruim.
Ontem olhava os ingredientes que tinha na geladeira e sequer consegui fazer um espaguete. Mas aprendi que nesses dias é melhor nem tentar, jantei uma fatia de pão e deixei a cozinha pra quando chegasse a hora dela.
Hoje cheguei em casa tarde e cansada, mas achei que devia limpar a cabeça com uma receitinha dessas que me alimentam a imaginação, fui de Receitas de Cinema e acho que foi a escolha perfeita.
Os ingredientes eu já havia comprado em outras oportunidades: o siri na Feira do Produtor, no Cassino, e a massa para wonton numa ida a uma loja especializada. Estava tudo guardado esperando a hora certa. Não tinha camarão nem as tais castanhas d'água que nem sei o que é, mas não foi fundamental. Posso fazer outro dia pra tirar a prova, mas de qualquer forma gostei do resultado.
Os ingredientes são: 1 colher de chá de amido de milho, suco de um limão, 1 colher de chá de shoyu, 1 pedacinho de gengibre (usei em pó), 1 dente de alho ralado, 1/2 colher de chá de açúcar, sal a gosto, 50 gramas de camarão cozido e picado e 60 gramas de carne de siri branco (essa proporção pode ser alterada 'a gosto do freguês'), 3 castanhas de água picadinhas, 1 cebola bem picadinha e massa para wonton.
Na verdade, é só misturar tudo, na ordem em que estão descritos e deixar descansar por uns 5 minutos.
Abra 12 massas e pincele as bordas com água. Recheie cada um com 1 colher de chá do recheio.
 
A receita original manda cozinhar no vapor, mas fiz como o dono da loja onde comprei a massa me ensinou: doure levemente as trouxinhas no óleo de gergelim em uma frigideira larga e funda e depois vá colocando água aos poucos, pra fazer vapor, mantendo tampado.
Para servir, fiz um molhinho com limão, shoyu e mix de pimentas moídas na hora. Muito bom! Excelente descoberta para petiscos e para temperar saladas. 

domingo, 23 de junho de 2013

Arroz com amêndoas

Às vezes a gente quer dar uma caprichada, sair um pouquinho do óbvio mas também não está com disposição pra executar uma receita muito elaborada... Foi assim que descobri esse arroz, muito simples, mas que tem um efeito ótimo para essas ocasiões, transformando um simples arroz num acompanhamento delicado pra qualquer prato!
Coloque, numa caçarola, 1 litro de água, 1 colher de manteiga, 1 cebola pequena e sal.
Quando ferver, acrescente o arroz (1/2 quilo) e deixe cozinhar até que a água seque. Retire a cebola. Coloque o arroz em uma travessa e misture delicadamente 150 gramas de amêndoas torradas e picada.
E só! Juro, só isso!
Claro, quem quiser incrementar, pode usar a criatividade e usar outros temperos... Que tal usar um bouquet garni ou um pedacinho de gengibre na água do cozimento?

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Pão de Forma pra começar o inverno

Então é oficialmente inverno!
Já estamos tomando vinho, comendo fondue e enrolados em mantas há semanas, mas o dia de hoje merece alguma atenção especial. E com esse clima de manifestações, chuvoso e frio, pensei que nada é mais aconchegante que um pão quentinho com a manteiga derretendo! Então segue uma receita que achei muito boa e permite até algumas variações, aceitando bem a inclusão de grãos e farinhas variadas:
1. Misture duas colheres de sopa de fermento biológico com um copo de água morna e 3 colheres de açúcar e deixe a mistura coberta por 10 minutos.
2. Junte 1/2 copo de óleo, 2 ovos, sal e 1/2 quilo de farinha, misturando bem. A mistura deve ficar com uma consistência de massa de bolo.
3. Cubra a massa e deixe-a crescer até dobrar o volume - eu gosto de usar uma forma de suflê, porque aí tem bastante altura pra crescer sem melecar nada.
4. Depois de crescida, acrescente 1 copo de água fria e vá amassando com farinha de trigo até não grudar mais nas mãos.
5. Depois de bem sovada, faça 8 tiras, como se fosse para nhoque.
6. Enrole as tiras, entrelaçando-as (fiz isso de duas a duas) e coloque-as para crescer em formas de pão de forma - até dobrarem de tamanho de novo.
7. Asse em forno quente. Rende 4 pães.
Seguindo aquela minha regra de que o número de ovos determina o divisor da receita, fiz meia e dá super certo! Receita que entrou pra família em substituição a todos os outros pães!

terça-feira, 18 de junho de 2013

Canelone de Ricota

Essa receita, como está no livro, é estranha.
Numa outra oportunidade tentei fazer o Molho Cremoso, mas aí não explicava direito como fazer. Hoje entendi que a primeira parte da receita é o molho. Ok, eu devo ter lido com pressa da outra vez.
Depois sugere a utilização de uma receita de molho de tomate, mas é só pra colocar no fundo do prato, o que significa que vai sobrar um monte de molho pronto!
Então começo explicando que não usei molho vermelho, mas umas colheradas da Sardela que estava pronta. Segundo, usei massa fresca, então pulei a parte de cozinhar e reservar.
Para o recheio: misture 500 gramas de ricota fresca, sal, canela em pó, salsinha75 gramas de queijo ralado, uma colher de manteiga e noz-moscada.
Com a mistura obtida, recheie a massa formando pequenos rolos. Como o recheio fica bem consistente, eu gosto de moldá-lo na mão, como se fosse um bolinho, e depois enrolar a massa na volta.
Recheados todos os canelones, arrume tudo da seguinte maneira:
Forre um refratário com o molho; coloque sobre o molho os canelones (sem encostar um no outro pra que tenha espaço para o molho e não se grudem ao cozinhar), cubra-os com o molho cremoso e o queijo ralado e leve ao forno para gratinar - no meu caso, para cozinhar a massa, então o fogo deve ser baixo o suficiente pra não secar rápido demais.
Quanto ao molho cremoso, usei o Velouté, da página 370, ao invés do que constava no início da receita.
Ficou realmente muito bom, eu adorei!
Quanto ao recheio, acho que vou substituir a canela por gengibre em pó, ou acrescentar mais ervas frescas porque não curto muito o adocicado misturado. Alguma outra idéia??

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Molhos Básicos III - molho Velouté

Receita simplinha pra quando a dispensa ta vazia ou quando o molho não deve chamar muita atenção, só tem que fazer o seu papel de deixar o prato mais úmido, cremoso, ou ajudar a cozinhar ou gratinar.
 
Ingredientes:
2 colheres de sopa de manteiga ou margarina;
1 colher de sopa de farinha de trigo;
2 xícaras de chá de caldo (legumes, carnes...)
sal e pimenta do reino branca (o meu ficou com esses 'pontinhos' porque coloquei umas ervas secas)

1. Derreta a manteiga ou margarina numa caçarola e junte-lhe a farinha;
2. Mexa bem e, quando a mistura tomar cor alourada, junte-lhe o caldo aos poucos, mexendo bem após cada adição;
3. Ferva por alguns minutos para dar consistência, tempere com sal e a pimenta;
4. Sirva sobre a carne ou o legume escolhido.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Biscoito de Santo Antônio (Santo-Antoninho)

Eu cresci numa cidade do interior de colonização portuguesa. Lá, cada esquina tem umas 3 Igrejas, portanto, não há como fugir ou não conhecer quase todas as festas católicas!
No dia 13 de junho se comemora o dia de Santo Antônio, um frade menor da ordem franciscana nascido em Lisboa e falecido em Pádua, e em Rio Grande a data muito especial para a Igreja, que mantém viva até hoje a tradição de se distribuir os Pãezinhos de Santo Antônio. Cresci ouvindo duas versões de como esta história pode ter começado:
 
Numa delas, uma mãe cujo filho se afogou dentro de um tanque, mas recuperou a vida graças a Santo Antônio, prometera que, se o filho recuperasse a vida, daria uma porção de trigo igual ao peso do menino. Outra tradição relaciona a obra do pão dos pobres com uma senhora de Tbulon, chamada Luísa Bouffier. A porta do seu armazém tinha enguiçado de tal modo que não havia outro remédio senão arrombar a porta. Fez, então, uma promessa ao santo: se conseguisse abrir a porta sem arrombá-la, doaria aos pobres uma quantia de pães. E deu certo. A partir daí vieram pedidos de todos os tipos! Toda vez que alguém era atendido, oferecia certa quantia de dinheiro para o pão dos pobres. A pequena mercearia de Luísa Bouffier tornou-se uma espécie de oratório ou centro social.
Aí, quando vim morar em Porto Alegre, não sabia se a tradição era mantida e se os pãezinhos eram distribuídos. Foi então que comecei a fazer uma antiga e tradicional receita portuguesa de biscoitinhos chamados Santo-Antoninhos, que distribuo todos os anos entre os amigos.
E cada ano tento fazer alguma coisa diferente, pra não cair no tédio!
Claro que não escapo de todas as piadinhas de que faço isso como mandinga pra casar, por isso já teve ano que distribuí um cartão com a lenda, outras vezes somente desejei sorte e teve ano que já disse que era só fazer um pedido que se realizaria (até porque acredito que o que se deseja com fé e comprometimento tem muita chance de dar certo mesmo)!
E esse ano não seria diferente!
Dia 13 distribuirei os Antoninhos com o melhor dos meus desejos e, para que mais pessoas possam distribuir carinho, fé e tradição, decidi compartilhar também a receita:
Misture 2 xícaras de farinha, uma e meia de açúcar  e meia de uma mistura de banha com manteiga (meio a meio). Amasse bem, com paciência, até que o calor das mãos vá incorporando os ingredientes e forme uma massa macia. Acrescente uma colher de sobremesa de canela em pó.
Dessa vez, além de acrescentar um corante pink, abri a massa e cortei em formato de corações, mas dá pra fazer bolinhas e levar pra assar no forno médio pré-aquecido por uns 15 minutos.
Quando frios, passa-se por uma mistura de canela com açúcar e eu embalo individualmente para distribuir a todos que encontro no dia 13. Experimente! Não é a melhor receita de biscoito, mas o carinho com que são recebidos faz com que cada ano seja renovada a vontade de refazê-los, e distribuir, quase como quem distribui sonhos, porque ninguém prova apenas um biscoito, é uma dose extra de fé!!


domingo, 9 de junho de 2013

O caldo azul da Bridget

A receita é amaldiçoada, só pode!!!
Eu, a pessoa que mais ama liquidificador e multiprocessador no universo, conseguiu sujar até as paredes pra fazer essa sopa!
Final de semana pré dia dos namorados só podia dar numa receitinha Bridget Jones... O mais importante de tudo é a escolha do Chardonnay. Escolha o melhor que puder, sério. Garanto que é um super investimento, retorno garantido!
Comece servindo uma taça, muito cuidado pra que esteja na temperatura certa. Perceba o aroma, olhe pra cozinha com ânimo e pique meia cebola, talo de um aipo e duas batatas (eu nem tiro a casca).
Derreta meio tablete de manteiga e refogue os legumes por uns 5min. Acrescente uma taça do vinho na panela e sirva outra. Deixe o vinho evaporar (só o que está na panela), junte uma xícara e meia de caldo de legumes e espere a batata cozinhar. Bata tudo no liquidificador com uma xícara e meia de leite. Limpe toda a sujeira que essa receita amaldiçoada vai fazer na cozinha e beba a taça servida, isso é fundamental pra não querer desistir na mesma hora (especialmente considerando que não há um Mark Darcy tocando a campainha pra te ajudar a terminar a janta...). Devolva tudo pra panela, acrescente uma gotinha de corante azul, misture bem e tá pronto! Mais uma taça, um bom filme, e deixa pra pensar na sujeira depois!!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Guacamole do filme O julgamento de Paris

Desta vez a receita não veio de nenhum dos meus livros.
Assistindo ao filme O julgamento de Paris, além da fotografia maravilhosa e da vontade enlouquecedora de beber toda a Califórnia, fui surpreendida com uma harmonização impopular mas que não me era desconhecida, e por isso mesmo me chamou a atenção.
O personagem principal está degustando um vinho tinto e apreciando uma vista simplesmente perfeita do vale de Napa quando aparece um senhor local, provavelmente um trabalhador das vinhas desde que saiu das fraldas, trazendo nas mãos uma cumbuca de pedra sabão e estende ao estrangeiro uma porção de Guacamole.
A cena tem texto zero, mas a interação dos personagens é completa! O turista, já absolutamente surpreso com os vinhos californianos (já que vinho francês era praticamente uma redundância), lança  um olhar desconfiado e quase enojado ao velho que apenas sorri, coloca o prato na mesa e senta pacientemente à espera do sorriso garantido.


Como eu tenho amigos, já conhecia a combinação e sei que funciona e muito bem!
Então, para quem quiser testar, fica a receita que aprendi com o responsável por me apresentar esta combinação ótima pra receber os amigos, fugindo dos clássicos buschetta+vinho/guacamole+tequila.

Ingredientes: 
2 tomates processados
1 pimenta dedo de moça
1/2 maço de coentro
1 abacate
1 cebola média picada
suco de limão médio
3 colheres azeite de oliva
sal
tortillas

Abra a pimenta no meio e retire as sementes e os filamentos brancos e pique em pedaços bem pequeninhos. Processe finamente as folhas de coentro.
Descasque o abacate, retire o caroço e coloque a polpa em um recipiente fundo e amasse 'grosseiramente' com um garfo. Junte o azeite e os demais ingredientes e misture bem. Sirva gelado, com as tortillas.
E eu que de vinho só sei beber, não podia descansar enquanto não descobrisse o rótulo da cena: um Riege California Cabernet Sauvignon 1971.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Crazy Cheese - o salgadinho mais riograndino de todos!


O salgadinho Crazy Cheese faz parte da história de todo mundo que foi adolescente em Rio Grande - RS nos anos 90!
Era o lanche oficial no intervalo do colégio e da faculdade. Opção certa quando se levava algum petisco em viagens ou quando eu ia para os festivais de dança. Cada um vai ter uma história pra contar (e várias pra não contar de jeito nenhum também...)
No início, só tinha no sabor queijo, depois surgiram as opções de cebola, presunto e bacon.
Até hoje, cada vez que vou pro Cassino tenho que trazer um pequeno e simbólico estoque e o roteiro só está completo depois de postar um foto no Facebook e todos os riograndinos espalhados pelo mundo comentarem morrendo de saudade!
Mas aí uma amiga (daquela época, claro) nos passou a 'receita secreta' mais fácil do que buscar na memória o cheirinho do recreio:
 
Ingredientes
Duas xícaras de farinha de trigo
1/3 de xícara de queijo ralado (que tal tentar com uma mistura de queijos ralados?)
6 colheres de sopa de manteiga
Basta juntar a farinha e o queijo ralado. Misturar a manteiga até ficar uma massa firme e uniforme que desgrude das mãos.
Faça as bolinhas, quadradinhos, palitinhos ou o formato que achar melhor e leve ao forno pré-aquecido por uns 20 minutos... mas fique de olho, porque pode ser que a segunda fornada fique pronta bem antes! 

Pra não precisar ficar untando e depois passando trabalho pra lavar a assadeira, eu gosto de colocar a massa sobre papel manteiga, mas acho que também deve funcionar se estiver untada com farinha.
Logo que sai do forno não se percebe muito bem o sabor, vale a pena esperar esfriar um pouquinho antes de provar.
Hoje, os meus foram o acompanhamento perfeito para o chimarrão, mas ficam ótimos com um chá bem quente e um filme ou na beira da piscina com uma cerveja bem gelada!
Já pensou em servir com a Sardela?

domingo, 2 de junho de 2013

Sardela

Quem acompanha o blog sabe que ele nasceu de uma amizade.
Não foi o prazer pelas panelas ou a vontade de resgatar as origens culinárias que me fizeram procurar um nome e aprender a usar essa mídia, mas as inúmeras conversas por telefone sobre os sabores (na época, basicamente de vinhos) e suas combinações com uma amiga que, mesmo a mais de mil quilômetros, faz com que meu dia a dia tenha família.
E numa dessas degustações telefônicas, ela me fala: "temos que fazer uma Sardela, vê se não tem aí (na Dona Benta)". E tinha. E fizemos, porque o prato não é só de quem mistura os ingredientes, mas de quem dá ideia, de quem tá contando o dia enquanto a gente doura o alho.
Apesar das suspeitas, com este nome, o aperitivo é mesmo brasileiro. Mas a história dele é italiana. A receita surgiu na Calábria, onde era preparada com um outro tipo de peixe em conserva, pimentões e especiarias. Com a imigração, o Brasil adotou as tradições e deu uma 'adaptada', passando a usar sardinhas - muito mais disponíveis e baratas - e batizou o prato com o nome do peixe, em italiano.

Não tenho absolutamente nada contra as versões prontas que encontramos facilmente nas delicatessens, mas acho que é o tipo de receita que tem uma história tão legal que merece ser feito num final de semana qualquer para podemos ter sempre pronto em casa, para aqueles momentos em que recebemos alguém querido sem muito planejamento ou quando marcamos de ir jantar na casa de amigos e não queremos 'chegar sem nada' - sem precisar recorrer aos industrializados.
Por esta razão é que eu segui direitinho o livro, substituindo as anchovas por sardinha, de modo a preservar ao máximo a ideia originária. 
Primeiro, é feito um purê no liquidificador com uma lata de tomates sem pele (uns 200 gramas) e dois pimentões grandes bem vermelhos (quase 700 gramas), lavados, sem as sementes. Espiando o liquidificador, dá pra ver que fica uma cor linda e com um cheiro incrível!
 
Na panela, coloquei 1/3 de xícara de azeite de oliva para esquentar e dourar levemente três dentes de alho picados. Junta-se uma colher de sopa de orégano e uma de chá de pimenta moída na hora, refogando-se por mais ou menos um minuto. Aqui se colocaria a erva doce, mas como não curto, deixei de fora sem cerimônia!

Depois é só juntar o purê e deixar no fogo por aproximadamente uma hora, com a panela semi tampada.
Como fiz na panela de barro, controlei para que ficasse no fogo por 40 minutos, porque ela mantém muito bem o calor e mesmo depois de desligado, continua cozinhando um tempão. Bom, passado esse tempo, junta-se uma lata de sardinhas em azeite bem amassadas, uma pasta, na verdade - eu gosto de tirar a espinha - e mais uma colher de sopa de orégano.
Deve ficar um creme bem espesso, quase sem líquido. Essa é a hora de acertar o sal, que eu achei por bem colocar uma colher de sobremesa.
Mais um terço de xícara de azeite, umas boas misturadas e já dá pra desligar.
O ideal é servir depois de frio, então podemos guardar em vidros pequenos na geladeira, preservando ainda mais o sabor, porque aí só abrimos na hora de servir, acompanhando torradinhas, biscoitos salgados, queijos e uma tábua de frios. E uma boa Pale Ale, né?
Se quiser dar uma leve esquentada, também fica ótimo sobre fatias de pão dourado no azeite de oliva.